Vida dura na ‘boca do rio’
O bairro barra do Bengo, conhecido por ‘boca do rio’ em Cacuaco, habitado maioritariamente por pescadores carece de água potável, energia eléctrica, hospitais, escolas, locais de lazer para as crianças, transportes públicos e patrulhamento policial.
O bairro habitado maioritariamente por pescadores nos últimos dias tem vindo acrescer com afixação de residências por pessoas que concretizam o sonho da casa própria. Este crescimento populacional não é acompanhado pela oferta de serviços básicos como, água, energia eléctrica, escolas e hospitais. Segundo o Soba Ndala, para terem acesso aos cuidados médicos deslocam-se á barra do Dande ou á Vila de Cacuaco locais que possuem hospitais. Situação que a autoridade tradicional considera de “complicada” dada a frequência de muitas pessoas para o número reduzido de enfermeiros. Por outro, considera que esse enfermeiro que estiver atender tanta gente, “fica cansado não aplica em condições a medicação”. Sugere que se existem projectos de construção de prédios, que sejam acompanhados com a construção de hospitais.
Em 2010 algumas mulheres da zona foram formadas em como realizarem partos e constituíram um grupo de parteiras tradicionais para ajudarem a comunidade na realização dos partos. Passados quatro anos, o grupo se desfez por falta de acompanhamento e apoios.
O bairro conta com uma escola, mas, tendo em atenção o crescimento populacional e a taxa de natalidade não chega para albergar todas as crianças que dela necessitam. O soba promete para os próximos dias realizar um levantamento para determinar quantas crianças estão fora do sistema normal do ensino. A par de escolas, pede também a construção de um parque de lazer para as crianças.
Ao que concerne a distribuição e fornecimento de água potável, o bairro tinha um sistema de abastecimento que fornecia água potável a populações através de chafarizes, segundo o soba avariou. A luz eléctrica é também outra necessidade dos residentes que não podem usufruir dos eletrodomésticos que possuem.
De acordo com Ndala Miguel, os pescadores queixam-se da preensão arbitrária das chatas pela marinha de guerra, mesmo com a exibição dos documentos. Também pedem mais patrulhamento policial na zona. A zona torna-se perigosa a partir das 18 horas, contam relatos de mortes e violações sexuais.
Os transportes públicos não circulam na área o que obriga os moradores a calcorrear aquelas artérias a pé ou de moto táxis sem medir distancias. Entretanto, administração de Cacuaco promete resolver “paulatinamente os problemas” do bairro.